Histórico do 1ºBPM
O BATALHÃO DE FERRO É A UNIDADE OPERACIONAL MAIS ANTIGA DA CORPORAÇÃO
Vídeo Institucional do 1ºBPM da Brigada Militar
Vídeo Institucional do 1ºBPM - O Batalhão mais antigo da Brigada Militar, conhecido como Batalhão de Ferro, cujo Patrono é o Coronel Aparício Borges. Crédito: 1BPM BRIGADA MILITAR
A queda da monarquia em consequência da proclamação da república, em 1889, determinou profundas modificações políticas e administrativas no país. Após a instalação da República, foi promulgada a primeira Constituição do Brasil republicano, que afirmava o direito à liberdade, à segurança e à propriedade privada. A Constituição concedeu autonomia para que os Estados elaborassem suas próprias constituições e ficou estabelecido que os governos estaduais deveriam adotar providências para a manutenção da ordem e segurança pública.
Com a promulgação da Constituição do Rio Grande do Sul, teve início um período de instabilidade política. Em junho de 1892, a canhoneira Marajó, cuja tripulação estava descontente com o retorno de Júlio de Castilhos à presidência do Estado, realizou centenas de disparos em direção à sede do Governo. A Capital foi defendida pelo Exército, com o apoio da Brigada Policial.
Logo em seguida, em setembro de 1892, Fernando Abbott assumiu interinamente a presidência do Rio Grande do Sul e transformou a Guarda Cívica em Brigada Militar, composta por um estado-maior, dois batalhões de infantaria e um regimento de cavalaria, podendo organizar, de acordo com as necessidades, três corpos da reserva nas mesmas condições da força. A Instituição deveria zelar pela segurança pública, manutenção da República e do Governo do Estado, fazendo respeitar a ordem e executar as leis.
Nessa conjuntura, diante das ameaças de invasão do Rio Grande do Sul pelos federalistas, o governo organizou o 1º Batalhão de Infantaria (1º BI), pelo Ato 369, de 21 de outubro de 1892, com um estado-maior e quatro companhias, com 426 homens, sob o comando do tenente-coronel Antônio Lopes. Sua primeira sede foi instalada na esquina das ruas Sete de Setembro e General Canabarro.
Rapidamente a situação política se agravou de maneira significativa. De um lado estavam os republicanos, chamadas de pica-paus ou chimangos, liderados por Júlio de Castilhos, presidente do Rio Grande do Sul; do outro, os federalistas, também conhecidos como libertadores ou maragatos, que defendiam a deposição dos presidentes federal e estadual, a revogação da Constituição Estadual e a instalação de um regime parlamentarista. O desacordo entre os republicanos e federalistas acabou fomentando um violento conflito civil.
Assim, em fevereiro de 1893, as forças revolucionárias de Gumercindo Saraiva, procedentes do Uruguai, invadiram o Estado pela região da Carpintaria, próxima ao rio Jaguarão, aliando-se às forças do general João Nunes da Silva Tavares (Joca Tavares), dando início à Revolução Federalista. Em consequência, as tropas republicanas foram organizadas em divisões e receberam o apoio de tropas federais e da Brigada Militar.
Em virtude disso, alguns meses mais tarde, a bordo do vapor Itália, 518 homens do 1º BI e da Guarda Municipal de Porto Alegre, embarcaram no porto de Rio Grande, com destino a Pelotas. Deslocaram-se pela via férrea até a estação de Piratini, Basílio e Cerro Chato e, mais tarde, seguiram com a Divisão do Norte para Cacequi e Rosário, a fim de combater os rebeldes que lá estavam. Em seguida, em decorrência da notícia de que tropas rebeldes haviam chegado a Rio Grande, o efetivo do 1º BI foi para lá, ocupando o prédio destinado ao abrigo de imigrantes, localizado nas imediações do porto. Além de realizar diligências nesses municípios, seus homens foram os responsáveis pela reconstrução da linha férrea destruída pelos revolucionários.
Em julho de 1893, os federalistas tomaram o vapor Itália, que estava no porto de Rio Grande recebendo a munição que seria enviada para Porto Alegre, e seguiram para São José do Norte. Depois que a vila caiu nas mãos dos rebeldes, que grandes trechos da estrada de ferro foram destruídos e que os fios telegráficos foram cortados, o 1º BI recebeu a missão de guarnecer a Ponta da Macega, em Rio Grande, para evitar que desembarcassem naquela localidade.
Ainda integrando a Divisão do Norte, o 1º BI seguiu para Cacequi e para Rosário com o intuito de enfrentar as forças revolucionárias que lá estavam. Posteriormente, marchou para o passo do Mariano Pinto, em perseguição aos rebeldes que já haviam transposto o rio Ibicuí. Após uma intensa troca de tiros, os revoltosos inutilizaram as embarcações da Divisão do Norte, a fim de evitar que continuasse a perseguição. Diante disso, um major, um cabo e dois soldados do 1º Regimento de Cavalaria (1 RC), e um soldado do 1º BI se lançaram nas águas e recuperaram a balsa e a canoa que estavam à deriva. Depois de alguns dias de incessantes tiroteios, a Divisão do Norte continuou a perseguição aos sediciosos nos municípios de Itaqui, São Borja, Santiago, Cruz Alta, Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Vacaria.
Durante o encontro entre legalistas e as forças revolucionárias, o 1º BI, ao lado do 1º Regimento da Reserva e do 3º BI, participou do combate no Mato Castelhano (que pertencia a Passo Fundo) e Mato Português, em 16 de outubro de 1893, derrotando o inimigo.
Quando os revolucionários souberam da Revolta da Armada no Rio de Janeiro, decidiram invadir Santa Catarina para unirem-se aos marinheiros e seguirem para a Capital federal e deporem o presidente. Por isso, em novembro de 1983, a Divisão do Norte atravessou o rio Pelotas e seguiu para Santa Catarina, passando por várias privações em decorrência da falta de recursos. Os revoltosos enfrentaram forte resistência das forças regulares, entretanto, durante os confrontos, o 1º BI perdeu o primeiro-sargento Leduíno Moreira França.
Posteriormente, a Divisão precisou vencer inúmeras dificuldades para transpor o rio Canhanduva, pois a ponte havia sido destruída, inviabilizando a travessia. Depois de serem recebidos a tiros pelos rebeldes que estavam na outra margem, seguiram pela estrada que margeava o arroio e conseguiram atravessá-lo, marchando pela mata até a fortificação inimiga, já abandonada. Mais tarde, 50 homens do 1º BI integraram o contingente que deveria guarnecer Itajaí, entretanto os revolucionários voltaram a atacar a cidade e as tropas governistas, sem munição, foram obrigadas a retroceder para Blumenau e iniciar a marcha em direção ao Rio Grande do Sul, no início de 1894. Nesse contexto, ao longo de 65 dias, a Divisão do Norte percorreu dezenas de léguas entre imensos rochedos e desfiladeiros profundos no encalço das forças revolucionárias, vencendo diversos obstáculos, enfrentando a escassez de cavalos e a frequente falta de fardamento.
Em fevereiro de 1894, integrando a brigada comandada pelo coronel Mena Barreto, o 1º BI participou de um pequeno combate entre Lagoa Vermelha e o rio Turvo, contra 200 revoltosos.
Seis meses mais tarde, ainda integrando a Divisão do Norte, os 1º, 2º e 3º Batalhões de Infantaria e 1º RC embarcaram para Santa Maria e Tupanciretã. A partir daí, passaram a perseguir incessantemente Gumercindo Saraiva, que vinha do Paraná em direção a Santiago. Ao chegar a Carovi (atual município de Santiago), Gumercindo Saraiva foi morto pelas tropas legalistas. Seu irmão, Aparício Saraiva, assumiu o comando das tropas federalistas e foi derrotado pela Divisão do Norte, ao tentar transpor o rio Ibicuí para chegar ao Uruguai.
Depois da morte do coronel Fabrício de Oliveira Pillar, comandante do 1º RC, no combate do Capão das Laranjeiras, o coronel Joaquim Pantaleão Teles de Queiroz 4 afirmou que os 1º e 3º Batalhões de Infantaria perseguiram o inimigo foragido, colocando “em relevo o heroísmo e infatigabilidade de que se orgulham as forças da Divisão do Norte”.
Algum tempo depois, o 1º BI e o 1º RC seguiram para Vacaiquá, distrito de Dom Pedrito, em perseguição aos rebeldes. No início de 1895, o 1º BI recebeu a missão de guarnecer um trecho da estrada de ferro que ligava Rio Grande a Bagé, em Santa Rosa.
Em síntese, ao longo da Revolução Federalista, o 1º BI travou sangrentas lutas contra as forças revolucionárias, combatendo em diversas localidades do Estado, em Santa Catarina e no Paraná.
Em 1895, os federalistas depuseram as armas e o governo prometeu que a Constituição seria revista, no sentido de que se impedisse a sucessiva reeleição do presidente do Estado. Entretanto, a pacificação de 1895 não resolveu os problemas existentes.
Atuação do 1º BI na Revolução Assisista
A chamada “política dos governadores” estava muito desgastada, pois o governo federal, embora não se preocupasse com os estados, buscava apoio para a sucessão presidencial.
No Rio Grande do Sul os problemas da Carta Constitucional de 1891 ainda persistiam, uma vez que a Revolução Federalista não teve condições de modificá-la. O presidente do Estado continuava com a função de legislar e nomear seu vicepresidente, persistia a possibilidade de reeleição, a câmara servia para aprovar o orçamento anual e mantinha-se o voto a descoberto.
Nessa conjuntura, chegou-se ao período eleitoral de 1922 e, com a ascensão de Arthur Bernardes à presidência da República, agitou-se a política nacional, pois era notório o descaso do presidente em relação aos estados que foram contra a sua candidatura, incluindo o Rio Grande do Sul. Em consequência, uma série de distúrbios agitou o Estado e, sob um clima dos mais tensos, eclodiu um movimento armado, que passou para a história como Revolução de 23, conhecida, ainda, como Movimento Libertador ou Revolução Assisista.
Diante da possibilidade de reeleição de Borges de Medeiros, a oposição uniu-se à Aliança Liberal e lançou o Joaquim Francisco de Assis Brasil como candidato. Os oposicionistas foram derrotados e Borges de Medeiros venceu mais uma vez, sob protestos de seus antagonistas políticos que alegaram fraude nas eleições e afirmaram que ele não havia alcançado 75% dos votos, conforme previa a Constituição do Estado. Como resultado, os revolucionários passaram a propalar tal fraude e o Estado ficou dividido entre maragatos/parlamentaristas e republicanos/castilhistas (pica-paus ou chimangos, liderados por Borges de Medeiros).
Assim, em 24 de janeiro de 1923, com o cerco de Passo Fundo, teve início a Revolução Assisista e Borges de Medeiros foi empossado no dia seguinte, em Porto Alegre.
Logo após, o município de Palmeira foi sitiado por uma coluna revolucionária e o 1º BI, sob o comando do tenente-coronel Leopoldo Aires de Vasconcelos, partiu para Passo Fundo, a fim de integrar a coluna que deveria conter os rebeldes. Após percorrer Nonoai, Campo dos Bugres (distrito de Palmeira), Várzea do Cedro, Sarandi, Pulador, Rondinha, Barro Preto, retornou a Passo Fundo e Porto Alegre. Dois dias depois, seguiu novamente para o interior, passando por Bento Gonçalves, Alfredo Chaves, Sananduva, Passo Fundo e Alegrete. Posteriormente, o 1º BI enfrentou as forças revolucionárias nas margens do rio Ibirapuitã, sobre a ponte do arroio Jararaca, incorporado à Brigada Provisória do Oeste.
Diante da informação de que as forças revolucionárias de Honório Lemes estavam transpondo o passo do Catarina, no rio Ibicuí, os 1º e 2º Batalhões de Infantaria foram enviados para lá e fizeram com que os inimigos abandonassem o local, depois de intenso tiroteio.
Finalmente, um acordo provisório de armistício foi assinado por Assis Brasil e Borges de Medeiros. O Acordo de Pedras Altas trouxe ao Rio Grande do Sul, em troca de mais um período de governo de Borges de Medeiros, a proibição de reeleição e o ajustamento do sistema eleitoral aos padrões do federal.
Entretanto, mesmo depois do tratado de paz, o 1º BI e outras unidades da Corporação permaneceram no interior do Estado com o objetivo de reforçar o policiamento em diversos municípios e defender a ordem e a lei nos pontos ameaçados pelos revoltosos.
O 1º BI vai a São Paulo, na Revolução de 1924
Mal acabou a Revolução Assisista no Rio Grande do Sul e eclodiu, em São Paulo, a Revolta de 5 de Julho (data comemorativa da rebelião militar que passou para a história com o nome de “Os 18 do Forte”). Foi um movimento de caráter militar e civil que teve repercussão em vários estados, em protesto contra a insensibilidade dos chefes políticos, contra a maneira como os presidentes da República eram eleitos (por meio de conchavos políticos dos partidos dominantes), contra as perseguições do governo federal aos que se opunham à sua orientação política e contra a manifesta parcialidade da Justiça Federal nos seus julgamentos. Os conspiradores foram elementos amotinados do Exército e da Força Pública Paulista, que queriam depor o presidente Arthur Bernardes e estabelecer um governo provisório que convocasse uma nova assembléia para redigir uma nova constituição.
Em consequência, Arthur Bernardes solicitou o apoio gaúcho para debelar a sedição, e o presidente do Estado enviou para São Paulo um Grupo de Batalhões de Caçadores (GBC), integrado pelo 1º e 3º Batalhões de Infantaria e uma Companhia de Metralhadoras Pesadas, totalizando um efetivo de 1.106 homens.
O GBC partiu a bordo do vapor Itaúba, da Companhia Costeira, em 13 de julho de 1924, fazendo transbordo para o Poconé, do Lloyd Brasileiro, no porto de rio Grande. Após seis dias, chegaram ao Rio de Janeiro onde foram recebidos por representantes do presidente da República, dos ministros da Guerra e da Justiça, pelo ministro da Marinha, entre outras autoridades. Depois de ser suprido do material bélico necessário e um carro-cozinha, partiu em composições da estrada de ferro Central do Brasil para São Paulo, enquanto seus animais foram transportados de navio.
Ao chegar ao Quartel-General do Comando das Forças em Operação, em Guaiaúna, o GBC recebeu a difícil missão de enfrentar os revolucionários que estavam na região da Moóca e do Hipódromo. Desencadeado o ataque, os homens do 1º BI avançaram rumo com galhardia e impetuosidade, conquistando os fortes redutos dos inimigos, na vila Bertioga, e, em seguida, foram designados para substituir o 12º Regimento de Infantaria, juntamente com um pelotão da Companhia de Metralhadoras Pesadas.
No dia 25 de julho, seus homens participaram de um intenso combate, depois de serem atacados com rajadas de metralhadoras instaladas no alto das torres da fábrica Créspi. Na ocasião, foi destacada a atuação do primeiro-tenente Apparício Gonçalves Borges, ajudante de batalhão e encarregado do remuniciamento, e do segundo-tenente Sylvio de Abreu Paiva, oficial de informações. Nos confrontos ocorridos ao longo de três dias destacaram-se, ainda, os capitães Mirandolino Machado, Tito Ribeiro e Aristides Krauzer do Canto, o segundo-tenente Ladmiro Correa, o cabo Virgílio Júlio Ramos e o soldado Severo Machado, do 1º BI.
Após a fuga dos rebeldes, o GBC recebeu a atribuição de persegui-los pelo interior de São Paulo, combatendo arduamente na vila de Santo Anastácio. Vencidos os inimigos, a cidade foi ocupada pelo GBC, que deveria guarnecer as estradas de ferro que conduziam a Pinheiros e Ribeirão Claro.
Diante da repressão os revoltosos abandonaram a cidade de São Paulo, seguindo em direção a Bauru. Outras frentes de combate surgiram no Mato Grosso e no Paraná.
Finalmente, no dia 18 de setembro, na estação Presidente Prudente, o GBC foi desligado da Coluna de Operação e regressou para o Rio Grande do Sul. Após a sua chegada, foi dissolvido e seu efetivo elogiado por seu comandante, tenente-coronel Emílio Lúcio Esteves, pela perfeita e rígida disciplina, extraordinária bravura, heroísmo e abnegação. Da mesma forma, ao dar publicidade à ordem de dissolução do GBC, o comandante do 1º BC, tenente-coronel João de Deus Canabarro Cunha (oficial do Exército à disposição da BM) louvou seus oficiais e praças pela galhardia, espírito de sacrifício, alto grau de disciplina e devotado amor à Pátria e às instituições.
O bombardeio da cidade de São Paulo causou grande número de mortos e feridos, além de consideráveis danos materiais. O 1º BI teve um soldado ferido (Bento Campos Pereira) e quatro mortos (cabo Onofre de Souza e os soldados Arnaldo Vaz Torres, Celino Cardoso e Generino Alves).
Em decorrência da Revolução de 1924, romperam alguns movimentos revolucionários no Rio Grande do Sul. Em Cachoeira do Sul, as praças do 3º Batalhão de Engenharia sublevaram-se e abandonaram a cidade, seguindo em direção ao passo São Lourenço, no rio Jacuí. Em consequência, o contingente do 1º BI, que estava em Santa Maria, passou a perseguir os rebeldes até a localidade de Barro Vermelho, onde conseguiu derrotá-los.
Três anos depois, com a necessidade de demolir o antigo prédio do Quartel General da Brigada Militar, na esquina da Rua da Praia com a rua General Canabarro, o 1º BI cedeu suas instalações à administração da Corporação e retornou para a Chácara das Bananeiras, ocupando os pavilhões que haviam sido construídos, entre 1916 e 1917, para servirem de baias ao Grupo de Metralhadoras e que foram adaptados.
O 1º BI combateu nas Revoluções de 1930 e 1932
Durante a República Velha, entre 1889 e 1930, formou-se uma Aliança Liberal entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais que alternavam seus representantes no governo federal e defendiam exclusivamente seus interesses. Esse modelo, que ficou conhecido como política do café com leite, suscitou o descontentamento geral, principalmente por parte dos militares que propunham a moralização da política brasileira pelo voto secreto e pelo fim do poder das oligarquias e dos coronéis.
Em 1929, a crise na economia mundial, desencadeada pela quebra da bolsa de Nova Iorque, atingiu o Brasil e fez com que o poder dos produtores de café diminuísse consideravelmente. Sem condições de vender seus estoques, foram destruídas 80 toneladas de sacas de café. Em consequência, os cafeicultores 10 buscaram o auxílio do governo federal, que foi negado pelo presidente Washington Luís, aumentando o descontentamento com os rumos da política nacional, sobretudo com o resultado das eleições.
Nessa conjuntura, para concorrer às eleições presidenciais, em 1930, Washington Luís indicou Júlio Prestes, outro candidato paulista, contrariando a política do café com leite e desgostando a oligarquia mineira. Os mineiros ofereceram a vaga de candidato à presidência aos gaúchos, que lançaram o nome de Getúlio Vargas. Posteriormente, ofereceram a vaga de vice-presidente ao estado da Paraíba, que indicou o governador João Pessoa. Júlio Prestes venceu as eleições e a geração mais jovem da Aliança Liberal, formada por líderes gaúchos e mineiros, não aceitou os resultados. Logo depois, João Pessoa foi brutalmente assassinado na Paraíba, causando verdadeira comoção popular e servindo de estopim ao movimento revolucionário. Assim, em 3 de outubro de 1930, diversos combates tiveram início, simultaneamente, no Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A primeira ação militar revolucionária foi a tomada do Quartel General da 3ª Região Militar, em Porto Alegre, e a prisão do seu comandante e do chefe do EstadoMaior. Em seguida, as forças revolucionárias tomaram seis unidades do Exército e os prédios dos Correios e Telégrafos, Delegacia Fiscal, Alfândega, Banco do Brasil e outras posições estratégicas para assumir o controle de Porto Alegre. Por conseguinte, a Brigada Militar recebeu a missão de assegurar a posse da Capital, a partir da eclosão do movimento. Para isso, o comandante-geral da Corporação chamou todos os comandantes de Porto Alegre, os informou sobre a situação e entregou-lhes um documento com as atribuições de cada uma das unidades, com o intuito de reduzir os principais núcleos de resistência ao movimento.
Nesse cenário, o 1º BI seguiu para a lomba do cemitério e teve participação ativa no cerco ao acampamento das forças do Exército, que ocupavam o morro do Menino Deus, e à Companhia de Administração, demonstrando bravura e heroísmo durante quase três horas de confronto.
Após a dominação das forças federais, o 1º BI retornou ao quartel, deixando alguns homens em determinados pontos da cidade. A terceira companhia, sob o comando do capitão Camilo Diogo Duarte, seguiu para o litoral, passando por Gravataí, Santo Antônio da Patrulha, Tramandaí e Torres, até chegar a Araranguá e Tubarão, em Santa Catarina. Depois de evitar o desembarque de navios da esquadra, em Imbituba, retornou para Tubarão e seguiu em direção à Capital catarinense. Durante o deslocamento, seus homens combateram na Serra da Garganta, em Anitápolis, por mais de duas horas, cessando com a tomada das trincheiras dos inimigos. O 1º BI participou do cerco de Florianópolis, com intensos bombardeios, ao longo de seis dias.
Concluída a rendição da cidade, 552 homens do 1º BI seguiram para o Rio de Janeiro a bordo do paquete Araranguá, da companhia de navegação Llyod Nacional, a fim de cooperar com a manutenção da ordem.
Washington Luís foi deposto, 22 dias antes do término do mandato presidencial, e Getúlio, Vargas assumiu o governo provisório, no Rio de Janeiro.
Finda a Revolução de 30, o efetivo da Brigada Militar retornou aos seus quartéis, para o desempenho da sua missão de guardiã das leis e da ordem no Rio Grande do Sul. Em 15 de dezembro, o 1º BI regressou à sua sede, na Chácara das Bananeiras, em Porto Alegre.
As principais consequências da Revolução de 1930 foram o fim da política do café com leite; a supressão da Constituição de 1831 e a instituição de um governo provisório ditatorial. Desta forma, assim que assumiu a presidência, Vargas adotou uma série de medidas centralizadoras que limitavam a autonomia dos Estados e fortaleciam o Governo Central: dissolveu o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas estaduais e municipais; substituiu os governadores dos Estados por interventores federais, na sua maioria tenentes; e nomeou um interventor não paulista e militar no Estado de São Paulo. A partir daí, começou o declínio das oligarquias estaduais com o fim da política do café com leite, dando início à República Nova.
Porém, essas medidas provocaram o descontentamento das elites políticas paulistas que exigiam a elaboração de uma nova Constituição para o país. Além disso, reivindicavam a substituição do interventor pernambucano por um nascido em São Paulo. Em consequência, em 09 de julho de 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista. Na ocasião, tropas revolucionárias de São Paulo se insurgiram contra o governo central e assumiram o controle do Estado. Os constitucionalistas defendiam a autonomia dos Estados, opondo-se à continuidade do Governo Provisório instaurado por Getúlio Vargas, cada vez mais centralizador e autoritário.
No Rio Grande do Sul, José Antônio Flores da Cunha, interventor federal, apoiou Getúlio Vargas e enviou forças para o teatro de operações, para desarticular qualquer ação revolucionária.
O Exército Constitucionalista organizou-se em quatro frentes: Norte, que seguiu pelo Vale do Paraíba, em direção ao Rio de Janeiro; Sul, também chamada de frente do Paraná, que avançou pela região da estrada de ferro sorocabana até Itararé, 12 em São Paulo; frente do Mato Grosso, que progrediu da região de Bauru a Araçatuba, em direção ao Mato Grosso; e Leste, que marchou de Campinas em direção à divisa com Minas Gerais.
A Brigada Militar integrou a frente Sul, ao lado das tropas do Paraná e de Santa Catarina, com os 1º, 2º, 4º e 5º Batalhões de Infantaria; 2º e 3º Regimentos de Cavalaria; além dos corpos auxiliares, totalizando 2.393 homens. Nesse contexto, o contingente do 1º BI era integrado por 25 oficiais e 359 praças, sob o comando do tenente-coronel Apparício Gonçalves Borges.
Encarregado de fazer a vanguarda das tropas, o 1º BI seguiu para a cidade de Buri, ocupada pelas forças revolucionárias, por ser um ponto estratégico. Ao chegarem a São Paulo, no dia 20 de julho, na estrada de ferro Sorocabana, entre as estações Engenheiro Maia e Muniz de Souza, entraram em confronto com tropas adversárias. No dia seguinte, próximo à estação Itanguá, embora hostilizados pelos inimigos, conseguiram fazê-los abandonar a posição. Mais tarde, foram bombardeados pela aviação rebelde.
Na estação Engenheiro Bacelar, combateram os revoltosos, ao longo de oito horas, aprisionando 294 inimigos, grande quantidade de armamento, munição e outros materiais. Entretanto, o batalhão teve três mortos (segundo-tenente Arisoly Fagundes, cabo Timótheo Alves da Rosa e o soldado Élcio Anes) e vários feridos, dentre os quais o tenente-coronel Apparício Borges.
No dia 26 de julho, o tenente-coronel Apparício Gonçalves Borges faleceu em Itararé e o major Camilo Diogo Duarte assumiu interinamente o comando do batalhão, dizendo: “É com verdadeiro e profundo pesar que vejo desaparecer da efetividade da Brigada Militar e deste batalhão, por meio de um golpe prematuro do insondável destino, este bravo que soube morrer com a mais expressiva dignidade, valor e abnegação (...) que ao lado do direito e da razão, na manutenção da ordem interna do país, cumpriu com o seu dever nas periclitantes fases por que tem passado o Rio Grande e o Brasil. O bravo tenente-coronel Apparício Gonçalves Borges acaba de perecer no campo da luta, na suprema direção desta Unidade, que sempre soube comandar e conduzir com serenidade de ânimo e extraordinário tino administrativo de maneira invejável.”.
Na mesma ocasião, o major Camillo Diogo Duarte recebeu um documento do tenente-coronel Argemiro Dornelles, comandante da vanguarda das Forças Ordinárias do Sul, onde dizia que “(...) O 1º Batalhão de Infantaria da Brigada Militar sempre e em todo o momento, soube manter a brilhante tradição de bravura e disciplina de que goza. 13 Os serviços da vanguarda foram feitos com uma proficiência tal que só encontro uma palavra para resumi-la: perfeita. (...) O 1º BI da Brigada Militar, a quem coube a mais difícil tarefa, parecia uma torrente a despenhar-se pela montanha, arrastando na sua impetuosidade os obstáculos encontrados, espraiando-se depois, para em seguida reunir-se e novamente acometer contra o inimigo que recuava, mas que o castigava com os tiros de suas numerosíssimas armas automáticas. O heroísmo deste batalhão ultrapassou a qualquer imaginação. Só uma frase diz o que foi a sua gente: - um punhado de heróis que só tinham uma mania: lutar, avançar e vencer. (...) o elemento férreo parece não estar mais somente no território, mas nas veias de cada combatente (...).que vive nas linhas, morre nos trilhos e és sepultado ao lado deles. É um batalhão de homens de ferro, verdadeiros heróis que seria longo enumerar”. Desde então, o 1º BI passou a ser chamado de Batalhão de Ferro.
Alguns dias mais tarde, participou de um novo combate nas proximidades de Buri, na direção de Vitorino Carmilo, enfrentando um grande poderio bélico, além dos obstáculos naturais que dificultavam a sua progressão no terreno, por mais de 48 horas. Apesar da intensa ofensiva sobre os adversários, o batalhão perdeu o soldado Josias Vitorino da Silva.
No dia 28 de agosto, o 1º BI ocupou a estrada de ferro Sorocabana, onde os revolucionários vinham fazendo grande ofensiva, intensificando os combates à noite. Ao aproximarem-se da fazenda Dona Rosa, mais uma vez precisaram enfrentar as forças rebeldes, impedindo que avançassem e se infiltrassem entre as tropas legalistas. Durante os 11 dias de intenso combate, o soldado Desidério Molina Fernandes foi morto e seis praças ficaram gravemente feridos.
O 1º BI permaneceu por mais algum tempo em Buri, retornando ao Estado em outubro de 1932.
Em consequência da sua atuação na Revolução Constitucionalista, no dia 20 de setembro de 1934, por solicitação do governo do Estado foi inaugurado, em frente ao quartel do 1º BI, na Chácara das Bananeiras, o monumento em homenagem ao coronel Apparício Gonçalves Borges e aos soldados da Brigada Militar que tombaram no combate do Buri. O monumento foi projetado por Francis Pelichek e executado por ele e pelo escultor Vitório Livi.
Vivenciando a fase de transição
Depois de um longo período de atuação como força bélica, ocorreram as principais transformações da Brigada Militar, principalmente após a crise da República 14 Oligárquica, em 1930. Encerrado o ciclo das revoluções, no início da República Nova, o governo federal, preocupado com o potencial bélico de algumas polícias militares, adotou uma série de medidas com o objetivo de limitar suas atribuições e estabeleceu sua competência nas atividades de policiamento ostensivo.
Em consequência, em 21 de abril de 1936, foram reorganizados os quadros gerais da Brigada Militar, dando o caráter de batalhões de caçadores aos batalhões de infantaria, à semelhança do Exército. Assim, o 1º BI recebeu a denominação de 1º Batalhão de Caçadores (1º BC).
Progressivamente a Corporação foi deixando de ser uma força repressiva para dedicar-se cada vez mais à prevenção.
No final de 1938, o 1º BC enviou uma escolta integrada por seis praças, sob o comando do segundo-tenente Saraibino Castelo, para efetuar a prisão de três criminosos que vinham atuando em São Leopoldo. Depois de intenso tiroteio, os desordeiros foram mortos e o batalhão perdeu o segundo-tenente Castelo.segundotenente Castelo.
Atuação do batalhão na fase de transição
Quando o Brasil se envolveu na II Guerra Mundial, em agosto de 1942, Porto Alegre e várias cidades do interior vivenciaram uma onda de depredações, incêndios e assaltos provocados pela revolta popular, ao saber sobre o afundamento de 17 navios brasileiros por submarinos alemães, na costa do Brasil, causando centenas de mortes.
Os estabelecimentos comerciais de súbditos das nações que integravam o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) passaram a ser atacados pela população, cabendo à Brigada Militar, ao lado do Exército Nacional e da Guarda Civil, reprimir tais atos. Consequentemente, o 1º BC destacou um contingente para realizar o policiamento na cidade durante dois dias.
Mais tarde, a falta de mão de obra provocou um acúmulo de mercadorias no porto da Capital, fazendo com que um sargento e 20 soldados do 1º BC passassem a realizar serviços de estiva no porto.
Em homenagem ao comandante que tombou no combate do Buri, o 1º BC passou a denominar-se Batalhão Coronel Apparício Borges, pelo Decreto Estadual nº 1.184, de 10 de março de 1950.
Após a transferência da sede do 2º Batalhão de Caçadores para a cidade de Santa Maria, o 1º BC deixou as instalações da Chácara das Bananeiras e passou a ocupar o quartel localizado na Rua 17 de junho, em 04 de dezembro de 1953.
Na luta pela Legalidade
Em agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente da República e os ministros militares tentaram impedir a posse do vice-presidente João 16 Goulart, eleito numa chapa contrária à do presidente escolhido. Isso levou o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, a mobilizar-se em defesa da legalidade. Inicialmente, ao saber do veto por parte dos ministros militares, Brizola entrou em contato com o comandante do IIIº Exército, a quem denunciou o golpe que estava sendo articulado, obtendo a resposta de que, como militar, iria obedecer às ordens de seus superiores.
Assim, diante das ameaças à Constituição e à liberdade, o Rio Grande do Sul foi o primeiro a levantar-se pela legalidade, tomando em armas para assegurar o cumprimento da Carta Magna de 1946.
Como a imprensa passou a divulgar os acontecimentos durante a tarde e a noite do dia 25 de agosto, até a madrugada do dia 26, por ordem vinda de Brasília, os transmissores da Rádio Gaúcha e Farroupilha foram lacrados, principalmente porque tais emissoras conseguiam ampla cobertura em todo o território nacional.
No dia 27 de agosto de 1961, o governador Leonel Brizola requisitou a Rádio Guaíba e seus pronunciamentos passaram a ser ouvidos em todo o Brasil. Logo em seguida, as demais emissoras foram se unindo à “Rádio da Legalidade” e criou-se a “Rede Nacional da Legalidade”, à qual uniram-se emissoras de outros estados, também. As atividades radiofônicas foram centralizadas nos porões do Palácio Piratini e, para assegurar suas transmissões, a Brigada Militar enviou seus homens para guarnecerem as antenas da Rádio Guaíba, na Ilha da Pintada.
Todos os contingentes possíveis da Corporação que se encontravam destacados nos municípios vizinhos, deslocaram-se para Porto Alegre, tomando todas as posições que o chefe do Estado-Maior da Brigada Militar entendia conveniente. O Palácio Piratini e as áreas adjacentes foram se transformando numa verdadeira cidadela.
Diante das informações de que unidades da Marinha de Guerra estavam preparadas para invadir o Estado, a Brigada Militar criou o Batalhão de Operações para fazer a defesa da divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em decorrência disso, o 1º BG foi colocado à disposição da 6ª Divisão de Infantaria e recebeu a missão de deslocar-se para a região de Torres, mantendo contingentes em Osório e Capão da Canoa, com a finalidade de barrar qualquer tentativa de entrada pelo Norte do Estado, guarnecer e vigiar toda a região. Foram empregados 38 oficiais e 595 praças.
Depois de muita negociação, liderados por Brizola, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista. Em 1963 houve um plebiscito e o povo optou pela volta do regime 17 presidencialista. João Goulart, finalmente, assumiu a presidência da República com amplos poderes. Durante seu mandato, tornaram-se aparentes vários problemas estruturais na política brasileira, desestabilizando seu governo.
Em novembro de 1963, o batalhão destacou uma companhia em Cachoeirinha, a fim de manter a ordem naquela localidade, em virtude dos protestos da população, que estava descontente com o aumento das passagens.
No mesmo ano, em decorrência do transbordamento do rio Gravataí, que inundou Canoas e arredores, prestou socorro aos flagelados além de realizar policiamento ostensivo naquela localidade.
Envolvimento do 1º BPM na crise de 1964
O presidente João Goulart, durante um comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, anunciou medidas que nacionalizavam refinarias de petróleo e desapropriavam áreas rurais para fins de reforma agrária. Alguns setores da sociedade reagiram fortemente às reformas. Os empresários, militares e membros da sociedade temiam que tais medidas indicassem a implantação do comunismo no Brasil.
Em consequência, os setores mais conservadores da sociedade reagiram com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, reunindo milhares de pessoas em oposição a Jango.
A radicalização política se intensificou até o dia 31 de março de 1964, quando um movimento civil-militar derrubou o presidente João Goulart.
Com a evolução da crise, a Brigada Militar foi colocada em prontidão, convocando, inclusive, os oficiais que se encontravam em férias. O comando da Corporação foi transferido para o quartel do 1º BG, onde permaneceu por 48 horas.
Diante das notícias de uma possível invasão do Palácio Piratini, o batalhão destacou uma companhia para reforçar o policiamento do local, no primeiro dia. Posteriormente, passou a fornecer um pelotão para reforçar a guarda externa e um pelotão para fazer a segurança da prefeitura municipal de Porto Alegre.
Durante o movimento, foi realizada a Operação Farroupilha, o Governo Estadual, a Casa Civil, a Casa Militar e alguns dos seus secretariados foram transferidos para Passo Fundo, ficando sediados no quartel do 2º BP por três dias. Ao retornarem, a segurança foi realizada por tropas da Brigada Militar, incluindo o 1º BG.
O batalhão atuou, ainda, ao lado de outras unidades da Brigada Militar e do Exército Nacional, em atividades de controle de tumulto, em diversas ocasiões.
Posteriormente, na Capital, ao lado de outras unidades, lançou patrulhas todas as noites, com o objetivo de evitar manifestações populares em órgãos estaduais, tais como: restaurante universitário, União Gaúcha de Estudantes Secundários, União Estadual de Estudantes, Usina Central de Hidráulica, usina de recalque na Tristeza e Superintendência de Reforma Agrária.
Diante das ameaças de invasão de quartéis e atos terroristas por elementos subversivos, constantemente o 1º BG permaneceu em prontidão.
Assim, em 1964, teve início o regime militar, que perdurou até 1985.
Contudo, somente no final da década de 1960, as Guardas Civis e de Trânsito foram extintas e as polícias militares se tornaram responsáveis pelo policiamento ostensivo, atuando como força de dissuasão ou de maneira repressiva diante da perturbação da ordem. Diante desse fato, a Brigada Militar passou por mais um processo de organização geral, com o fito de atender às novas demandas.
Depois de quase uma década, a Corporação sofreu nova reformulação organizacional, padronizando as denominações das unidades, conforme legislação federal. Assim, em 18 de dezembro de 1968, pelo Decreto nº 19466, o 1º BG passou a denominar-se 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM).
O 1º BPM na fase policial
Um dos eventos de maior repercussão na história do batalhão foi a visita do Papa João Paulo II, em julho de 1980. Na ocasião, o pontífice rezou sua primeira e única missa no Rio Grande do Sul, na rótula das avenidas José de Alencar e Érico Verissimo, hoje oficializada como Rótula do Papa, reunindo mais de 330 mil pessoas, segundo publicação da imprensa, o que fez com que o 1º BPM empregasse seu efetivo na totalidade, além de contar com o apoio de outras unidades, no policiamento do local e adjacências.
Por ser a unidade operacional mais antiga da Corporação, o 1º BPM, desde 04 de novembro de 1987, é o responsável pelo estandarte do Sesquicentenário da Brigada Militar.
Desde 04 de novembro de 1987, o 1º BPM tem a honra de empunhar, juntamente com os pavilhões nacional e rio-grandense, e com o seu estandarte, o estandarte do Sesquicentenário da BM, por ser a unidade operacional mais antiga da Corporação.
“Assim, o 1º BPM, corporificado pela tenacidade dos seus integrantes, atravessou galhardamente todos esses diferenciados contextos históricos, adaptandose às mudanças sociais, renovando-se através de sucessivas gerações, mas sempre mantendo altivo o espírito aguerrido, consubstanciado às manifestações de coragem e destemor com que se haviam os ‘Thimóteos de Ferro’, nas lutas travadas nos campos de batalha, na fase bélica da organização.”
Texto: Tenente Coronel Najara Santos da Silva