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Brigada Militar e inteligência artificial são parceiras no combate ao crime

Câmeras corporais, videomonitoramento inteligente, drones operacionais, testes com reconhecimento facial

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Foto mostra o comandante do Copom na sala de monitoramento assistindo às câmeras da cidade espelhadas em um grande monitor
Copom permite espelhamento do sistema de cercamento eletrônico de Porto Alegre - Foto: SC Matheus Martins/PM5
Por jornalista Marcelo Miranda - servidor civil/PM5/Brigada Militar

Em um cenário em que o crime se reinventa com velocidade e sofisticação, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul tem respondido com inovação. Investimentos consistentes em inteligência artificial e tecnologia de vigilância têm transformado o modo como a segurança pública é executada no estado — especialmente na capital, Porto Alegre. Câmeras corporais, videomonitoramento inteligente, drones operacionais e testes com reconhecimento facial fazem parte de uma nova estrutura digital de combate ao crime. O reflexo disso já aparece nos números: em abril de 2025, o índice de veículos roubados na capital caiu para 1,8 por dia, contra até 40 registros diários em 2016.

De acordo com o comandante do Centro Integrado de Operações e Emergência (Copom), tenente-coronel PM Cristiano Moraes, a inteligência artificial já é realidade no dia a dia da corporação. “Fizemos várias prisões com apoio das câmeras. A IA permite que se detecte automaticamente situações suspeitas — como um cidadão armado, alguém sendo rendido ou retirado à força de um carro — e gere alertas em tempo real para os operadores, que podem acionar viaturas imediatamente.”

Vídeos em nuvem

Atualmente, cerca de 2.700 câmeras estão integradas ao sistema do Copom, e o uso de mil câmeras corporais em operação na capital já geraram 986 mil vídeos armazenados em nuvem em apenas oito meses, o equivalente a mais de quatro mil gravações por dia. “Toda guarnição que sai às ruas está equipada com câmera que grava áudio, vídeo e tem GPS. É um recurso essencial para a transparência e para reduzir conflitos”, explica o comandante.

Outro avanço é a adoção de analytics comportamentais, recurso de inteligência artificial que permite o monitoramento automatizado de padrões anômalos em imagens de vídeo. “Um ser humano consegue acompanhar no máximo seis telas ao mesmo tempo. Com quase três mil câmeras no Copom, precisaríamos de 500 operadores. A IA resolve isso: ela analisa o comportamento captado pelas câmeras e destaca o que pode configurar uma ocorrência policial”, acrescenta o tenente-coronel.

Drones e agilidade

Além das câmeras, drones operacionais são utilizados em grandes eventos, operações táticas e situações de risco. Com transmissão ao vivo para o centro de operações, os equipamentos oferecem visão aérea e agilidade na tomada de decisão. “Hoje conseguimos inclusive acionar remotamente a câmera de um policial e ver o que ele está vendo na ocorrência, em tempo real”, afirma Moraes.

A corporação também iniciou testes com reconhecimento facial, inicialmente era voltado à busca de pessoas desaparecidas, mas com potencial de expansão para foragidos. “Estamos testando a tecnologia para avaliar a viabilidade operacional e os impactos na segurança”, acrescenta o comandante.

Os dados coletados pelas tecnologias estão protegidos por sistemas criptografados, incluindo ligações ao Copom e toda a rede de comunicação via rádio. Um recente investimento de R$ 1 milhão garantiu que todas as comunicações da central passem a ser gravadas e armazenadas com segurança digital.

Cercamento eletrônico

Outra frente estratégica é o cercamento eletrônico, que registra a entrada e saída de veículos da capital. Com esse recurso, foi possível atingir um índice de recuperação de veículos roubados de cerca de 60%, além de um número expressivo de prisões relacionadas a esses crimes.

“O que conseguimos hoje não seria possível sem a tecnologia. Claro, temos o empenho das equipes nas ruas, mas com menos efetivo, precisamos de mais tecnologia. É isso que tem nos permitido reduzir crimes violentos, roubos a pedestres, veículos e estabelecimentos comerciais”, finaliza o tenente-coronel Moraes.

SAIBA MAIS

Indicadores e resultados

  • Queda no roubo de veículos em Porto Alegre:
    • De até 40 por dia em 2016 para 1,8 por dia em abril de 2025.
  • Recuperação de veículos roubados com cercamento eletrônico:
    • Cerca de 60% de índice de recuperação.
  • Uso de câmeras corporais:
    • mil câmeras em operação na capital.
    • 986 mil vídeos gravados em 8 meses (4 mil gravações por dia).

Inovações tecnológicas e operacionais

  • Câmeras corporais:
    • Gravando áudio, vídeo e com GPS.
    • Equipam toda guarnição que sai às ruas.
    • Contribuem para transparência e redução de conflitos.
  • Videomonitoramento inteligente:
    • Cerca de 2.700 câmeras integradas ao sistema do Copom.
    • Análise automatizada com IA detecta comportamentos suspeitos como:
      • Cidadão armado.
      • Pessoa sendo rendida ou retirada à força de veículo.
    • Alertas em tempo real para operadores, que acionam viaturas imediatamente.
  • Analytics comportamentais (IA):
    • IA substitui até 500 operadores humanos para análise de três mil câmeras.
    • Detecta padrões anômalos em imagens e destaca possíveis ocorrências.
  • Drones operacionais:
    • Usados em grandes eventos, ações táticas e situações de risco.
    • Transmite ao vivo para o centro de operações.
    • Permitem visualização remota em tempo real do que o policial está vendo.
  • Reconhecimento facial:
    • Inicialmente usado na busca de pessoas desaparecidas.
    • Potencial de expansão para localização de foragidos da justiça.

Segurança e Infraestrutura Digital

  • Criptografia de dados:
    • Protege chamadas ao Copom e toda a rede de rádio comunicação.
  • Investimento recente de R$ 1 milhão:
    • Implementação de sistema de gravação e armazenamento seguro de todas as comunicações do Copom.
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