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“Não tem emoção maior no mundo que a troca de olhares entre mãe e bebê na hora da amamentação”, diz Soldado Marizete

Na Semana Mundial do Aleitamento Materno, a PM revela os desafios enfrentados com as filhas gêmeas após os nascimentos

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Soldado Marizete com as gêmeas Anna Júlia e Antonella
Soldado Marizete com as gêmeas Anna Júlia e Antonella
Por Comunicação Social da Brigada Militar

Toda mãe sonha com o momento em que terá seu bebê nos braços, realizando um dos atos mais esperados durante a gestação: amamentar. Mas no caso da Soldado Marizete, que deu à luz a gêmeas Anna Júlia e Antonella, tal ação precisou ser adiada. Como nasceram com apenas 29 semanas, as duas ficaram entubadas, e o consumo do leite materno, alimento mais importante nos primeiros anos de vida de uma criança, só foi possível com a utilização de sondas.

Lotada no 3º Regimento de Polícia Montada (3ºRPMOn), situado na cidade de Passo Fundo, a Soldado Marizete exerceu as atividades de policial militar até completar 22 semanas de gestação, momento em que foi afastada e passou a ficar de repouso em casa. Sem problemas ao longo da gravidez, apesar de um eventual risco por ser gemelar, as dores mais fortes foram surgir apenas pouco antes do parto, quando, então, ela deu entrada no Hospital São Vicente de Paulo com o suposto quadro de infecção.

“Quando senti as primeiras dores, mais ou menos 19h30, fui ao hospital e a médica optou por não fazer o toque. Como a bolsa não rompeu, ela não deu muita bola e tratou como uma infecção - que não existia. Às 22:18, outra médica veio me ver e as bebês já estavam (quase) nascendo”, relata.

Menos de 10 minutos depois desta última avaliação, Anna Júlia e Antonella já haviam nascido. A primeira às 22h22, com 1,460kg. A outra às 22h25, com apenas 1,370kg. Foi quando, então, as dificuldades pós-parto começaram para Marizete e as duas filhas. Por serem prematuras, as gêmeas ficaram internadas durante dois meses, sendo 43 dias na CTI Neonatal, sete na intermediária e outros dez no quarto.
Apesar de estarem em cuidado intensivo, o contato com as filhas ocorriam quase que todos os dias, desde que o estado de saúde das mesmas estivesse estável. No entanto, a primeira vez que pôde ter as duas em seu colo ao mesmo tempo foi somente 48 dias após o parto. Além de precisar esperar para compartilhar o amor incondicional com Anna Júlia e Antonella, a rotina para que elas pudessem consumir o leite materno também era exaustiva e, muitas vezes, dolorida.

“A médica do quarto queria que eu desse (leite em) fórmula pra elas e eu disse não, então eu precisava tirar leite (materno) todos os dias. A rotina era extremamente desgastante. Cada dia de CTI era uma surpresa e na grande maioria das vezes negativa”, revela, emocionada ao lembrar dessa fase.

Após este desgastante primeiro período, em que envolveu a retirada frequente de leite materno por parte da mãe, o consumo das filhas através de sondas e mais de 60 dias no hospital, as três puderam ir para a casa. Marizete seguiu as amamentando até que completassem 2 anos e um mês, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde. Hoje, com 3 anos anos e dois meses, as duas estão saudáveis.

Semana Mundial do Aleitamento Materno

Reverberar o ato de amamentar é um dos principais objetivos de organizações de saúde ao redor do mundo. Por isso, todos os anos, na primeira semana do mês de agosto, são realizadas ações para fomentar a importância do leite materno. Em 2020, além do incentivo para as mulheres, o Ministério da Saúde brasileiro também apresentou uma pesquisa que aponta para o aumento dos índices de amamentação no país.

De acordo com os resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), apresentado no evento, 53% das crianças continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as menores de seis meses o índice de amamentação exclusiva aponta para 45,7%. Já nos menores de quatro meses, a taxa é de 60%. A pesquisa foi realizada com 14.505 crianças menores de cinco anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020.

Vale lembrar que, além de fortalecer o laço entre mãe e bebê, o aleitamento materno reduz a mortalidade infantil por causas evitáveis, além de diminuir chances de a criança ter alergias, diarreias, doenças respiratórias, obesidade e diabetes tipo 2. É importante destacar, também, que o leite materno deve ser dado inclusive neste momento de pandemia da covid-19.

Texto: Guilherme Maia/Estagiário PM5

Brigada Militar